Podcast quer divulgar tecnologia da informação que vem da quebrada
A união do dialeto periférico com músicas que a quebrada sempre ouviu são características marcantes que fazem parte do processo de criação do podcast Quebradev, que fala sobre tecnologia para e a partir da quebrada. Crédito: divulgação
Por Tamires Rodrigues | Edição de Ronaldo Matos
De eventos do mundo tec a linguagens de programação como Phyton, os conteúdos do podcast Quebradev exploram uma diversidade de temas com os propósitos de gerar representatividade, engajar profissionais da quebrada que atuam em várias áreas do mercado de trabalho e desmistificar a complexidade de atuação no universo da tecnologia.
Esse olhar para produção de conteúdo surgiu quando três jovens programadores que residem em periferias distintas da cidade de São Paulo passaram a pensar como poderiam democratizar o acesso à informação sobre conteúdos educativos e entretenimento. A ideia era impactar outros jovens que passam pela mesma rotina no transporte público: o demorado trajeto de suas casas para o trabalho.
Nesse processo, Gustavo Castilião, morador de Itaquera na Zona Leste de São Paulo, se juntou a Kaio Teixeira, que reside na zona sul, no Jardim Apurá; e a Reginaldo Junior, que mora no bairro dos Pimentas, em Guarulhos. Eeles deram início a uma jornada de produção e compartilhamento de conteúdos sobre programação e vivências no mercado de trabalho com uma linguagem totalmente voltada para pessoas na quebrada.
"Queríamos mostrar que na periferia existem várias potencialidades e que não nascemos para ficar só em subempregos", define Castilião para justificar a existência do projeto, que ele acredita contribuir contribui para desmistificar o imaginário sobre quem pode ser um profissional da área de tecnologia.
No começo do projeto, os criadores possuíam apenas um microfone headset e produziam os episódios na casa de um dos integrantes do grupo. Hoje, a iniciativa já conta com parcerias com algumas organizações, como o Google, para uso de estrutura de estúdio e acesso a ferramentas para produção de conteúdo.
Com o passar do tempo, o Quebradev foi além do podcast, passando a produzir também encontros de formação com moradores das periferias que tenham interesse em entrar na área de tecnologia. "Foi passando um tempo e percebemos que nossa movimentação estava atingindo pessoas que já estavam na área de T.I. e já tinham um conhecimento. Com isso, começamos a dar aulas e fazer workshops em algumas quebradas de São Paulo", conta o cofundador.
Segundo ele, atitudes como essa transformaram o projeto em um movimento social. E com isso, surgiu a necessidade de inserir novos integrantes no processo de produção de conteúdo e realização de encontros de aprendizagem.
Miguel Soares, morador do Capão Redondo, integra a equipe de novos colaboradores do Quebradev. Ele acredita que os moradores da quebrada sentem dificuldades para naturalizar o domínio da tecnologia. "A primeira dificuldade é as pessoas entender que elas podem fazer isso, porque as pessoas tendem a pensar que não existem outras pessoas por trás da produção de software."
Hoje, a equipe do projeto conta com oito pessoas dividas em três núcleos. Expansão é uma divisão do projeto que se dedica a fazer reuniões com potenciais parceiros e apoiadores; o grupo Tecnológico administra o site, faz a edição dos episódios do podcast e procura formas de automação para o movimento; e o Educacional gerencia e produz as demandas de aulas, workshops e pesquisas de conteúdo para os conteúdos pedagógicos.
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