"Aumentou bastante", diz igreja que faz lives pelo Facebook na quarentena
No Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, uma paróquia seguiu as orientações do governo estadual e cancelou as missas abertas ao público. Para não perder o contato com os fiéis, reforçou a utilização de transmissões ao vivo pelo Facebook para manter a conexão da fé durante a pandemia.
Por Evelyn Vilhena
Nas últimas semanas o Brasil tem vivido momentos difíceis com o aumento de casos confirmados de pessoas com a covid-19. Medidas para evitar a disseminação do coronavírus, como o distanciamento social e a quarentena têm impactado a vida da população em diversos setores.
Neste cenário de pandemia do coronavírus, muitas pessoas se apegam à fé para enfrentar os momentos de incerteza. Atento a aglomeração de pessoas nos cultos em templos evangélicos e as missas em igrejas católicas, o governador João Doria sugeriu na semana passada o cancelamentos desses eventos religiosos, para evitar uma grande concentração de públicos em locais fechados.
Como solução para o cancelamento temporário de diversas missas e cultos religiosos, organizações religiosas têm utilizado recursos tecnológicos disponíveis nas redes sociais, como a transmissão ao vivo pelo Facebook, para manter a conexão entre os fiéis e os líderes religiosos.
É exatamente assim que a Paróquia Santo Antônio de Sant'anna Galvão, localizada no bairro do Jardim Guarujá, no Distrito Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, tem realizado as missas: através de lives nas redes sociais.
Segundo Joice Soares, uma das responsáveis pelas transmissões ao vivo durante a quarentena, a igreja já realizava lives das celebrações há quase um ano, com intuito de estar próximos também dos paroquianos que por diversos motivos não poderiam estar presentes à celebração.
As transmissões ao vivo da paróquia são coordenadas pela Pascom, pastoral de comunicação da própria igreja. Nesse período de quarentena houve um aumento de fiéis acompanhando as celebrações online. "Já tínhamos um bom público antes dessa quarentena, porém aumentou consideravelmente, já que as pessoas que costumavam assistir presencialmente agora nos acompanham 24h pelas redes", diz Soares, integrante da Pascom.
Para o aposentado Josué Nonato, morador do bairro Chácara Santana, no distrito do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, as lives realizadas pela equipe da Paróquia Santo Antônio de Sant'anna Galvão, têm sido uma boa iniciativa. O aposentado conta como tem sido para ele e sua esposa, Marleide Sena, acompanhar as missas através das lives nos últimos dias:
"Tem sido muito triste, pois nós estamos particularmente muito envolvidos em muitos movimentos pastorais. As celebrações para nós é momento de um encontro pessoal com Deus e a comunidade toda está muito abatida e apavorada com essa situação", afirma Nonato.
Soares também comenta que houve um aumento na interação dos fiéis com tudo que é publicado na página, e ressalta a idade e perfil do público que tem acompanhado as transmissões:
"Temos um público variado, mas que na sua grande maioria está acima dos 50 anos, porém temos uma quantidade considerável de jovens que nos acompanham."
Desde o início da pandemia do covid-19, muitas pessoas têm utilizado ainda mais a internet como meio de ligação entre amigos e familiares que também estão em isolamento. Fazer live se tornou um solução de sucesso em diversos meios nas últimas semanas, desde artistas, cantores, músicos, e agora também nas instituições religiosas.
A igreja pretende continuar as transmissões das missas mesmo após o período de quarentena, e com a normalização da rotina das pessoas. "Nossas transmissões não dependiam só da quarentena para acontecer. Nesse período de reclusão social, aumentamos o número de lives para que o povo não ficasse desamparado. Mas as transmissões já fazem parte da nossa rotina e vai continuar fazendo", afirma Soares.
Nonato apoia as conexões online que a igreja busca fazer com os fiéis neste período de quarentena, mas ressalta que a importância da conexão presencial. "Entendo que a transmissão deve continuar porque essa alternativa foi criada para pessoas em condições especiais, mas a normalização da rotina é imprescindível", conclui.
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