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Minas Programam: projeto fortalece o espaço da mulher na tecnologia

Quebrada Tech

31/07/2019 04h00

Alunas concentradas na aula de programação do projeto "Minas Programam".

O projeto "Minas Programam" vem criando espaços de aprendizagem que mesclam a troca de conhecimentos sobre programação e debates sobre a presença da mulher no mercado de trabalho da tecnologia.

Por Tamires Rodrigues | Edição de Ronaldo Matos

Durante a realização de uma um oficina para construção de site, por meio da plataforma Word Press, o projeto "Minas Programam" reúne mulheres jovens e adultas no Galpão ZL, em São Miguel Paulista, localizado na zona leste de São Paulo, para uma troca de experiências sobre mercado de trabalho e o lugar da mulher na tecnologia.

A iniciativa tem o objetivo de democratizar o acesso de jovens mulheres à tecnologia, criando oportunidades de aprendizagem para que elas interajam com a cultura dos códigos e algoritmos. Por outro lado, a proposta do projeto também consiste em encurtar a distância existente entre as moradoras das periferias e o universo da cultura digital.

"Procuramos exemplos do dia dia. Por exemplo, para ensinar algoritmos a gente fala: 'como você pega o ônibus?' e 'qual é o passo a passo para você chegar até aqui?"',  explica Ariane, uma das criadoras do "Minas Programam" ao explicar que um dos pilares pedagógicos consiste em trazer discussões que são comuns no cotidiano das participantes.

As educadoras do projeto são bem sensíveis aos processos de aprendizado das alunas, reforça a idealizadora. "As professoras fazem muitos exercícios de fixação. E além da professora tem sempre a monitora, que fica indo de mesa em mesa ajudando as garotas."

Por ser um curso de introdução a programação, a grade curricular contém aulas dedicas ao ensino de Lógica de Programação, Front End (HTML, CSS, Javascript) e Back End, modalidade que varia as linguagens de programação — como Ruby, Python e PHP.

"Às vezes a pessoa vem nas aulas e nem sabe o que ela pode fazer. Mas não existe só a desenvolvedora. Tem um monte de área para atuar na tecnologia," diz Ariane, argumentando que, além da área técnica, o projeto aborda questões pertinentes ao mercado de trabalho, equidade salarial e possibilidades de carreiras.

Segundo o Censo da Educação Superior, do INEP, as mulheres representaram 60% das pessoas que concluíram cursos superiores no Brasil em 2015. Porém essa taxa cai para 41% nos cursos relacionados à ciência e para 29,3% em cursos de engenharia, pertencente a área de exatas.

"A maior dificuldade que a gente encontra é isso: a gente desconstruir essas coisas que já foram tão colocadas na cabeça das meninas, de que elas não são boas em exatas, de que elas não vão conseguir um emprego com isso", afirma Ariane. "Todo dia a gente tem que insistir. A gente tem que comemorar cada vitória. Pode parecer uma besteira, mas não é porque realmente é uma grande vitória."

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